Agachei-me
Devagar, me aproximei
Parei brevemente:
Deveria eu continuar?
Mas ela era linda!
Seu cheiro tomava conta do espaço
Embriagava-me
A distância, a impossibilidade de tocá-la
Tudo isso me fascinava
Mas eu estava perto
Muito perto
Que flor era aquela?
Perguntaram-me curiosos
Não sabia dizer
Acho que ela não é daqui
Não poderia ser
Era diferente de tudo que jamais havia visto
Que jamais havia sonhado
Não era Margarida, nem Hortência,
Nem Crisântemo
Não lembrava nem de longe as Orquídeas que já passaram pelo meu jardim
Ela me encantava cada vez mais
Falava palavras bonitas
Demonstrava conhecer os mistérios do mundo
(Que mundo ela desenhava)
Dava-me prazeres contínuos e intermináveis
Contínuas e intermináveis também eram as juras de amor
Dizia-me que não era o primeiro,
Porém seria o último
Acreditava
Não poderia ser diferente
Muitos eram os que me alertavam
Diziam para ter cuidado, cautela
Mas nunca resisti às belas flores
Como poderia resistir a mais bela delas?
Errei
Não poderia ser diferente
Não errei ao beijá-la
Não errei ao acariciá-la
Não errei ao desejá-la
Errei ao lhe dar com tanta rapidez meu tesouro mais profundo
Desculpe-me o trocadilho caro leitor
“Mas o mundo não é feito de flores”
Outro havia despetalado-a
Arrancado pétala por pétala
Deixado-a em pele
Só eu teria esse direito
Só eu
Como uma flor despetalada por outro fica horrenda
Perde seu brilho
Perde sua essência
Como uma flor despetalada por outro fica horrenda
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
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Como não admirar o que esse Franks escreve? Tá de parabéns querido, ficou lindo demais o poema. (:
ResponderExcluirBeeeijo :*