sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O pequeno Épico da minha vida

Agachei-me
Devagar, me aproximei
Parei brevemente:
Deveria eu continuar?

Mas ela era linda!
Seu cheiro tomava conta do espaço
Embriagava-me

A distância, a impossibilidade de tocá-la
Tudo isso me fascinava
Mas eu estava perto
Muito perto

Que flor era aquela?
Perguntaram-me curiosos
Não sabia dizer

Acho que ela não é daqui
Não poderia ser

Era diferente de tudo que jamais havia visto
Que jamais havia sonhado
Não era Margarida, nem Hortência,
Nem Crisântemo
Não lembrava nem de longe as Orquídeas que já passaram pelo meu jardim

Ela me encantava cada vez mais
Falava palavras bonitas
Demonstrava conhecer os mistérios do mundo
(Que mundo ela desenhava)
Dava-me prazeres contínuos e intermináveis

Contínuas e intermináveis também eram as juras de amor
Dizia-me que não era o primeiro,
Porém seria o último

Acreditava
Não poderia ser diferente

Muitos eram os que me alertavam
Diziam para ter cuidado, cautela
Mas nunca resisti às belas flores
Como poderia resistir a mais bela delas?

Errei
Não poderia ser diferente

Não errei ao beijá-la
Não errei ao acariciá-la
Não errei ao desejá-la
Errei ao lhe dar com tanta rapidez meu tesouro mais profundo

Desculpe-me o trocadilho caro leitor
“Mas o mundo não é feito de flores”

Outro havia despetalado-a
Arrancado pétala por pétala
Deixado-a em pele
Só eu teria esse direito
Só eu

Como uma flor despetalada por outro fica horrenda
Perde seu brilho
Perde sua essência

Como uma flor despetalada por outro fica horrenda

Um comentário:

  1. Como não admirar o que esse Franks escreve? Tá de parabéns querido, ficou lindo demais o poema. (:

    Beeeijo :*

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